BiblioImagem XXX

29 maio 2010


Bom fim-de-semana de leituras primaveris e inspiradoras...

4 comentários:

Mira disse...

olá olá.

bom fim de semana pa ti.

que imagem inspiradora para nos fazer viajar nas leituras :D

bjinhos.

Guerreiro disse...

Espero que a tua leitura esteja a ser finalmente inspiradora!
Bom fim-de-semana.
Um grande beijinho!

Lígia disse...

Mira,
a imagem era bem inspiradora, era...
quem me dera ter passado o fim-de-semana assim, num jardim, tranquilamente a lerrrrrrr ;)

Devorador
Nã, mas a culpa não é das leituras... Os dois livros que tinha em mãos eram muito bons (adivinham-se opiniões para breve), eu é que ando em má fase, muita cansada para me concetrar e desfrutar devidamente dos poucos momentos de leitura... mas melhores dias virão!!!
Beijinhos

Joaquim Maria Castanho disse...

REPOUSO EXISTENCIAL




No fundo do amor está o amor.
À volta, no cimo, estão diversas coisas
Que às vezes nos entretêm: os nomes,
Principalmente, os nomes!
Somos todos iniciados na técnica de compreender
Que Outono é quando as folhas caem!


Podíamos passar por entre elas...
Ser-lhes a invocação imediata...
Enfim! Sermos díspares parcelas
Desse jogo infinito, a concordata...
...Um tratado! Caminhamos..., elas caem,
O sol vem recortante, capilar,
E os olhos descem e cerram, descem
Para dentro em busca do seu começar!

As pombas rodam, rodam as árvores,
Codificam-se os gestos e as cores
E faz imenso vento ruissussurrante
Mexendo as vestes, os cabelos
Os endereços, os remetentes, os selos
A imagética do corpo tonificante
E o chiar dos pneus, o tilintar eléctrico
A voz anunciante, o nome métrico.
Se nos liquidamos as pombas saem
Do quadro – é melhor deixá-las ficar
Como se fossem paz à volta do amor
Coisas, nomes principalmente, a rodar
A voar!...


Estamos num jardim: um qualquer!
Faz menção de sermos homem e mulher
( É que podíamos!... Deveras! ) Ou avenida!
Porque não sonhos?... O sonho também!
Um saco deles! Bagagem de mistério...
Um livro... Um quarto de aluguer...
Pessoas amorfas que vão e que vêm
E que arrastam consigo toda a vida,
E um odor a incesto e adultério...


E os olhos cerram, descem, descem...

E os olhos cerram, descem, descem...


Deixámos os lábios que sabem a amizade:
Deixámos as roupas que usam o desejo:
Deixámos o sangue que cozinha prazer:
Deixámos as mãos que esculpem carinho:
Deixámos a palavra que recita a verdade:
Deixámos a despedida que encontra o beijo:
Deixámos o sol que encanta o crescer:
Deixámos o vento que murmura caminho:
Mas os olhos cerram, descem, descem...

Mas os olhos cerram, descem, descem...

Mas os olhos cerram, descem, descem...


Há, então, um pestanejar: o sonho agita-se.
E os olhos cerrados, descidos, perguntam:
« Para onde vais? » - somos feitos assim!
E cada um pensa e contrai-se.
Fecha-se. Circula. E as respostas ecoam:
« À procura de mim » « À procura de mim »
« À procura de mim » « À procura de mim »
« À procura de mim » « À procura de mim »

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