[Divulgação] Compêndio de Beijos, Lana Citron

31 janeiro 2011

Título Original: A Compendium of Kisses
Tradução: Maria de Almeida
Páginas: 272
Colecção: Diversos Literatura Nº 51
Preço c/ IVA: 14,90€
ISBN: 978-972-23-4498-2
Código de Barras: 9789722344982


Data de Publicação: 2 Fevereiro 2011

O QUE SERIA O DIA DOS NAMORADOS
SEM UM BEIJO?

O beijo pode ser considerado por muitos um gesto simples e quotidiano, mas para Lana Citron é bem mais do que isso. Neste pequeno livro, a autora compilou todo o tipo de curiosidades acerca de um acto que pode assumir tantos significados e formas, dos beijos roubados aos brincalhões, dos sensuais aos traiçoeiros. Entre os tópicos abordados, encontram-se a anatomia do beijo, as diferenças culturais, beijos famosos, o beijo na literatura, no cinema, na música e na poesia, a simbologia do beijo e tudo o que sempre quis saber sobre este modo de expressão tão especial. Um livro que deixará seduzidos tanto os leitores mais arrebatados como os mais cépticos.

• A autora foi fundadora do site
www.oneoffkisses.com

Lana Citron
é autora de cinco romances, de diversos contos e poemas, de uma curta-metragem e de uma peça para a rádio. Tendo recebido formação em expressão dramática, já trabalhou em televisão, teatro e cinema e também já actuou como comediante em espectáculos de stand-up.

A Loja dos Suicídios, Jean Teulé

Editora: Guerra e Paz
Páginas: 160
Categoria: Romance

"É uma lojinha onde nunca entra um raio de Sol. Imagine um negócio de família que envolve a venda de todos os ingredientes possíveis para a prática do suicídio, nas suas mais diversas formas. Corda, pistolas, facas, venenos e toda uma panóplia de produtos mortíferos. São cinco as personagens que compõem esta família atípica que gere a loja há várias gerações: os pais, profissionais, comerciantes; o filho primogénito, deprimido crónico mas extremamente criativo no seu domínio; a irmã, exemplo típico da adolescente inadaptada; e finalmente o irmão mais novo, verdadeiro grão de areia na engrenagem deste comércio lúgubre: é que ele se atreve a sorrir e a ser… optimista. Com uma ambiência digna de um filme de Tim Burton, A Loja dos Suicídios é uma comédia negra futurista que invoca o grande adversário da família Tuvache e do seu sinistro empreendimento: a alegria."

Tinha elevadas expectativas em relação a este livro e há muito que o queria ler, principalmente pela curiosidade que me despertou a frase "com uma ambiência digna de um filme de Tim Burton". Gosto de todo o imaginário de Tim Burton, no cinema e não só. Há uns anos tive a oportunidade de ler "
A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Histórias" e adorei. Daí talvez ter associado o tipo de humor negro de Tim Burton ao que esperaria deste livro.

A família Tuvache é singular, a sua loja, no mínimo, excêntrica, mas não consigo deixar de pensar que o conceito da loja e da história podia ter sido melhor aproveitado. É um livro diferente e que me fez sorrir algumas vezes, mas também me fez bocejar e ir ver quantas páginas faltavam para acabar, pois a história perdeu ritmo e interesse a meio, só o recuperando, por pouco, no final.

Não posso dizer o livro não seja bom, mas o seu humor negro fica aquém daquilo que eu esperava e do que a sinopse prometia. Bem escrito, mas esperava mais.

No Seu Mundo, Jodi Picoult

29 janeiro 2011

Editora: Civilização
Páginas: 624
Categoria: Romance

"Jacob Hunter é um adolescente: brilhante a Matemática, sentido de humor aguçado, extraordinariamente bem organizado, incapaz de seguir as regras sociais. Jacob tem síndrome de Asperger. Está preso no seu próprio mundo - consciente do mundo exterior e querendo relacionar-se com ele. Jacob tenta ser um rapaz como os outros mas não sabe como o conseguir.
Quando o seu tutor é encontrado morto, todos os sinais típicos da síndrome de Asperger - não olhar as pessoas nos olhos, movimentos descontrolados, acções inapropriadas - são identificados pela Polícia como sinais de culpa. E a mãe de Jacob tem de fazer a si própria a pergunta mais difícil do mundo: será o seu filho capaz de matar?"

Comecei a ler este livro hesitante, porque o anterior da autora fora uma desilusão para mim. Numa altura de muito trabalho, fui avançando aos poucos, mas a estrutura do livro a isso mo permitiu sem correr o risco de perder o fio à meada.

Alternando as vozes de várias personagens, como a da mãe de Jacob, do irmão, do advogado e do detective, em capítulos relativamente curtos, mas directos, Picoult apresenta-nos diversas perspectivas da forma como a síndrome de Asperger afecta o próprio Jacob e os que o rodeiam. Sem se tornar cansativo ou aborrecido, o enredo consegue desvendar muito do que é esta síndrome, tanto para pacientes como para familiares e amigos.

O livro torna-se interessante ainda porque a personagem central, que sofre de Asperger, torna-se o suspeito principal de um crime (a morte da tutora e não do tutor, como indica a sinopse), o que vai obrigando quase todas as personagens a tentarem ver o mundo pelos olhos de Jacob, por muito difícil que isso, por vezes, seja. As interrelações entre as personagens também estão bem construídas, encaixando bem num enredo que, apesar do desenlace previsível, nunca perde o interesse.

Se comecei com algumas reticências, com o avançar da leitura fui ficando rendida e os últimos capítulos foram lidos quase compulsivamente, reconciliando-me com a autora. Uma excelente leitura que faz reflectir sobre o que é viver (e conviver) com diferenças.

Almas Gémeas, Alan e Irene Brogan

17 janeiro 2011

Editora: Asa
Páginas: 256
Categoria: Memórias/Testemunhos

"
Alan e Irene conheceram-se num orfanato, nos anos 50. Ele tinha sete anos, ela tinha nove. Eram ambos sensíveis e solitários. Naquele meio hostil, tornaram-se inseparáveis. Mas a proximidade entre meninos e meninas não era bem vista e, embora se desdobrassem em cuidados e peripécias, o inevitável aconteceu: a inocente amizade foi descoberta. Alan foi levado para outro orfanato sem ter, sequer, direito a um adeus.
Os anos passaram mas o laço entre eles nunca foi quebrado. Nas suas vidas - frequentemente difíceis, sempre solitárias - sabiam faltar algo. Sem saberem, frequentaram durante anos as mesmas lojas, o mesmo bairro… Até que, um dia, quarenta anos depois, Irene e Alan cruzaram-se casualmente na rua. Ambos souberam de imediato que nada nem ninguém voltaria a separá-los.
Relato doloroso de abandono, crueldade e sobrevivência, Almas Gémeas é, acima de tudo, uma história espantosa que confirma uma verdade fundamental: o amor consegue vencer todos os obstáculos."

Uma excelente leitura para começar o ano, uma história real com sofrimento, muita luta, mas acima de tudo com esperança nos insondáveis caminhos da vida e do amor.

Alan e Irene contaram-me a sua história, a duas vozes, serenamente, mas de uma forma que me prendeu. Gosto de histórias reais, contadas sem rodeios ou lamechices, mas de coração aberto com a serenidade de quem olha para trás e vê que o caminho, apesar de duro, tinha de ser percorrido. E a história destes dois meninos começa quando se cruzam no pior momento das suas vidas e vêem um no outro a "luz ao fundo do túnel", uma réstea de esperança de que a vida afinal não é tão má assim e apesar dos percalços, das dificuldades, do tempo, essa luz brilhou sempre e acabou por reconduzi-los um ao outro.

É uma história de encontro, desencontro e reencontro de duas almas que, quando sós e desamparadas, tiveram a bênção de se cruzarem e de se reconhecerem uma na outra. A história de um amor que perdurou e lutou apesar de todos os obstáculos. A história de duas almas gémeas que estavam destinadas a ficarem juntas e conseguiram-no. Uma história bela, comovente e que transmite, acima de tudo, muita esperança.

Feliz 2011!

03 janeiro 2011

Obrigada a todos os que passaram por aqui em 2010
Obrigada a todos que partilharam comigo as vossas opinões
Obrigada a todos os que me acompanharão nas minhas leituras de 2011
Um Feliz Ano, recheado de muitos e bons livros que nos façam voar!

Balanço 2010

Apesar da enorme pilha de livros cá por casa, não tive tanto tempo quanto queria para dedicar à leitura. Apesar de ter lido 52 livros, em retrospectiva não acho que tenha sido um ano produtivo em termos de leituras... Podia ter lido mais e melhor... Mas daí vem a esperança que 2011 seja um ano mais rico em livros e leituras. Tenho pilhas de livros por onde escolher e vou tentar deixar-me levar pelo espírito do momento, para fazer leituras cada vez mais adequadas ao meu estado de espírito e que me dêem prazer.
Posto isto, cá está a minha listinha pessoal dos melhores de 2010 (alguns por serem realmente bons, outros essencialmente por terem sido lidos na altura certa, uns porque me fizeram rir, outros porque me fizeram chorar, mas todos porque me proporcionaram verdadeiros momentos de evasão nas suas páginas):

1. A Papisa Joana, Donna Wolfolk Cross
2. O Jardim dos Segredos, Kate Morton
3. Volto Para Te Levar, Guillaume Musso
4. O Décimo Terceiro Conto, Dianne Setterfield
5. A Biblioteca da Morte, Glenn Cooper
6. Rosas, Leila Meacham
8. Voo Final, Ken Follett

Um Refúgio Para a Vida, Nicholas Sparks

Editora: Presença
Páginas: 483
Categoria: Romance

"Quando Katie vai viver para a pacata cidade de Southport, na Carolina do Norte, todos se interrogam sobre o seu passado. Que mistérios esconderá aquela jovem bonita que parece determinada em encobrir os seus encantos e evitar novos relacionamentos? No entanto, e apesar de todas as suas reservas, Katie começa a criar raízes naquela pequena comunidade, à medida que uma nova amizade e um novo amor lhe vão fazendo baixar as defesas. Mas os fantasmas do passado, que minam a sua capacidade de confiar nos outros, continuam a persegui-la, a aterrorizá-la, e o peso do segredo que esconde é demasiado grande… Neste romance avassalador, Nicholas Sparks traz-nos uma protagonista fragilizada que tem de aprender a lidar com as suas sequelas se quiser voltar a amar."

E esta foi a minha última leitura de 2010. Ao contrário do "Melodia do Adeus", que foi uma das melhores leituras de 2009, este não conseguiu entrar no meu top. No entanto, ressalvo que adorei a capa, num estilo diferente dos livros anteriores de Nicholas Sparks.

É um facto que os últimos livros do ano dificilmente me conseguem conquistar completamente, pois é uma altura geralmente de muito trabalho e cansaço. No entanto, depois de ter lido "Melodia do Adeus", achava que me tinha reconciliado definitivamente com Nicholas Sparks, mas parece que não. Acho alguns livros dele verdadeiramente encantadores e comoventes, mas outros não me conseguem tocar e não consigo deixar-me envolver pela história. Mais uma vez, veio ao de cima o meu espírito de contradição :)

Reconheço que a história tem tudo para agradar aos fãs, um tema forte, personagens encantadoras, uma história sofrida, mas também de esperança, um final mágico e que até faz sorrir, mas, com o pano de fundo da violência doméstica, e, apesar de conhecer o estilo do autor, estava à espera de mais: mais emoção, mais tensão... Achei a história previsível (ressalvando-se talvez o final, mas mesmo assim...), as personagens são encantadoras, mas não são marcantes e, para mim, o final não chega para compensar o resto. Além disso, o tema central podia ser muito mais explorado.

Se são fãs de Sparks, avancem, certamente se enquadra dentro do género dele, mas ele tem livros bem melhores. Fica o romance, a esperança, as novas oportunidades, uma história que apelará talvez a pessoas mais românticas do que eu.

Rosas, Leila Meacham

Editora: Quinta Essência
Páginas: 582
Categoria: Romance

"Uma saga épica de segredos, lutas de poder e paixões proibidas
Abarcando grande parte do século XX, ROSAS conta a história das poderosas famílias fundadoras da cidade de Howbutker, no Texas, e de como as suas histórias permaneceram entrelaçadas ao longo de três gerações.
Quando Mary Toliver, de dezasseis anos, herda do pai a plantação de algodão, surgem as primeiras sementes da discórdia. Ao tornar-se a nova dona de Somerset, Mary trai a mãe, Darla, e o irmão, Miles, e a dinastia Toliver nunca mais recupera. E quando Mary e o magnata da madeira, Percy Warwick, decidem não casar, embora loucamente apaixonados, esta decisão irá ter consequências tristes e trágicas, não só para eles, mas para as futuras gerações das suas famílias.
Com desenvoltura e mestria, na tradição clássica de Pássaros Feridos e ao estilo de E Tudo o Vento Levou, Leila Meacham oferece-nos um épico de três intrigantes gerações. Uma comovente história de amor, de luta e de sacrifícios com a nostalgia de um tempo em que a honra e as boas maneiras eram sempre a regra. Um livro para estimar e ler uma e outra vez."

Quando acabei de ler este livro, a primeira coisa que fiz foi pesquisar por mais livros desta autora. Infelizmente, por enquanto, parece que esta é a sua única obra, mas fiquei fã.

Gosto deste tipo de histórias, sagas familiares que atravessam gerações, com personagens fortes, segredos, encontros e desencontros (mais desencontros que encontros, digo eu). Este livro prendeu-me logo nas primeiras páginas e devorei-o num instante, ficando com uma imagem indelével de Mary Toliver na minha galeria de personagens literárias marcantes.

Para ser perfeito e se aproximar mais do nível, por exemplo, das sagas de Colleen McCullough, este livro devia ter terminado umas páginas antes... Ficaria um final mais aberto, mas mais de acordo com a história em si. Não posso explicar muito sem revelar demasiado da história, mas, perdoem-me o exagero, não era preciso um final à Nora Roberts. Contudo, para mim, este foi o melhor livro que a
Quinta Essência editou. Espero que a autora não pare por aqui e que continue a escrever e a ser publicada por cá.

A Menina dos Meus Olhos, Patrick Redmond

Editora: Asa
Páginas: 390
Categoria: Romance

"Ronnie Sidney é uma criança perfeita - talentoso, bonito e carinhoso. Fruto de um romance ilícito em tempo de guerra, dá à mãe um amor incondicional quando tudo o que ela conhece é rejeição e desprezo. Aos seus olhos, ele é perfeito: um raio de sol na penumbra da sua existência. Mas à medida que as fendas se vão abrindo nessa fachada encantadora, um carácter bem diferente começa a vislumbrar-se. Já para Susan Ramsey a vida é fácil. Amada e protegida pelos pais, nada sabe de privações e misérias. Até que uma súbita tragédia a empurra para um mundo obscuro e perturbador. Quando Susan e Ronnie se encontram pela primeira vez, a atracção é imediata. Ambos reconhecem no outro a tão ansiada alma gémea.Ronnie sente-se capaz de tirar a sua máscara de perfeição - mas as consequências vão ser mais terríveis do que eles poderiam alguma vez imaginar...Com a sua envolvente exploração de jogos psicológicos, de poder, relações complexas e violência emocional, A Menina dos Meus Olhos é o fascinante terceiro romance do autor de Jogos Cruéis e Os Fantoches."

Ora cá está um livro que foi uma boa surpresa. O início não parecia prometer muito, mas a partir de certa altura a leitura torna-se viciante e quase "doentia", ao seguirmos o que se passa na mente tortuosa, complexa e ao mesmo tempo tão ingénua de Ronnie.

Este foi daqueles livros que me levou a andar com ele para todo o lado, só para ler mais um bocadinho, para tentar perceber melhor Ronnie, para deslindar os meandros de uma mente que se revela primeiro inocente e depois profundamente tortuosa e doentia.

Tal como diz a sinopse, são os jogos psicológicos, a complexidade emocional e relacional que tornam esta história fascinante. Fiquei muito curiosa em ler mais alguma coisa deste autor, muito bom.

Um Voz na Noite, Sandra Brown

Editora: Quinta EssênciaPáginas: 450
Categoria: Romance, Policial, Thriller

"A história apaixonante de uma mulher assombrada pelo passado e presa num pesadelo que ameaça destruir o seu futuro. Uma narrativa brilhante, rápida, cheia de tensão sexual, por uma das autoras mais populares da América. Para Paris Gibson, o seu popular programa de rádio nocturno é ao mesmo tempo uma fuga e o seu contacto real com o mundo exterior.
Desde que se mudou para Austin para mitigar a dor dos passados erros trágicos, Paris leva uma vida solitária, ganhando vida apenas quando apresenta o seu programa. Para os ouvintes fiéis, é uma amiga sensata e de confiança, que não só acede aos seus pedidos de música, como ouve também os seus problemas e, ocasionalmente, dá conselhos. O mundo de isolamento de Paris é, porém, gravemente ameaçado quando um ouvinte - um homem que se identifica apenas como «Valentino» - lhe diz que os conselhos que deu à mulher que ele ama a levaram a abandoná-lo e que agora ele próprio pretende vingar-se. Primeiro, planeia matar a rapariga, que já raptou, dali a 72 horas, e a seguir virá atrás de Paris.
Com a ajuda da polícia de Austin, Paris entra numa corrida contra o tempo, num esforço para encontrar Valentino antes de ele poder cumprir a ameaça de matar - e de matar de novo. Para seu espanto, descobre que uma das pessoas com quem tem de trabalhar é o psicólogo criminal Dean Malloy, um homem com quem partilha um passado que teve um efeito catastrófico na vida de ambos. A sua presença desperta paixões antigas, obrigando Paris a confrontar as memórias dolorosas que tentava esquecer.
Enquanto o relógio continua a avançar, e as ameaças de Valentino de se aproximar se vão tornando realidade, Paris vê-se de repente obrigada a lidar com um assassino que, afinal, pode não ser um desconhecido."

Regra geral, após ler um livro que me encha totalmente as medidas, o seguinte sabe-me sempre a muito pouco. Este livro teve dupla desvantagem nesse aspecto: li-o após "A Papisa Joana" e após o anterior da mesma autora, "Calafrio", que tinha adorado. Ao contrário dos anteriores, este não me conseguiu prender, marcar ou sequer surpreender.

Não que não tenha sido uma boa leitura, mas confesso que tinha expectativas demasiado elevadas e, apesar de se revelar uma leitura agradável, não foi tão surpreendente ou envolvente como "Calafrio". Neste "Uma Voz Na Noite", o cerne pareceu-me estar sempre mais no romance do que no suspense ou no mistério, o que retirou algum ritmo à história, comparativamente ao livro anterior da autora.

Talvez tivesse apreciado mais esta história se não a tivesse lido nesta altura, logo a seguir a dois livros que me marcaram muito positivamente. Ainda assim, não deixo de recomendar a quem aprecia romance com uma pitada de policial e mistério, mesmo sem a intensidade e ritmo de "Calafrio".

A Papisa Joana, Donna Woolfolk Cross

Editora: Editorial PresençaPáginas: 460
Categoria: Romance Histórico

"A autora reuniu, numa perfeita combinação, aspectos lendários com factos históricos do qual resultou um romance sobre Joana de Ingelheim. Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limitações impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo errado. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joana contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. É quando surge Geraldo, e a vida de Joana muda ao aperceber-se de que o ama. No entanto, o seu amor é-lhe interditado pelas maquiavélicas manobras de Ritschild. Usando as roupas e identidade do irmão, depois deste ter sido chacinado durante um ataque normando, Joana foge e entra para o mosteiro de Fulda, onde ela se passa a denominar, depois de feitos os votos primordiais, João Anglicus. Trilhando o caminho de monge a padre num instante, enquanto apurava o seu conhecimento e técnicas de cura, Joana começa a traçar a sua rota direita a Roma, onde os seus dons lhe abrem caminho para se tornar confidente e físico curador dos dois papas. É nos meandros de várias intrigas políticas no meio eclesiástico que Joana, ela própria, ascende ao posto de pontífice máximo da Igreja Católica. A Papisa Joana resulta numa fabulosa e vívida recriação do período por nós conhecido como a "Idade das Trevas"."

Que dizer sobre um livro absolutamente marcante? Há imenso tempo que queria escrever uma opinião sobre este livro que já li há uns meses. Decidi esperar por ver o filme e escrever uma "dupla" opinião. No entanto, ainda não consegui ver o filme e queria concluir o meu registo de leituras de 2010, o que seria impossível sem referir este livro. Apesar da sinopse ser bastante reveladora quanto ao desenrolar da história, não conseguiu retirar prazer às horas que dediquei a este livro.

Perdoem-me se não me alongar muito em devaneios, mas acho que basta dizer que foi O MELHOR livro que li em 2010. A parte histórica é excelente, a parte ficcionada é tão verosímil que nos deixa a questionar quanto será realmente verdade ou ficção... pelas mãos da autora, quase nos parece um relato de factos históricos. O percurso de uma menina/mulher que luta não só pela sobrevivência mas também pelo direito ao conhecimento num universo masculino. Um relato de força, coragem, amor, fé, mas acima de tudo, uma história escrita de forma magistral que não deixará nenhum leitor indiferente, goste ou não de romances históricos.

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