Queria Ter Alguém à Minha Espera Num Sítio Qualquer, Anna Gavalda

28 julho 2009

Editora: Publicações D. Quixote
Páginas: 165
Categoria: Crónicas

"Este primeiro livro da escritora francesa Anna Gavalda (n. 1970) ganhou o prémio RTL Lire 2000 e já vendeu mais de duzentos mil exemplares.

São doze pequenas histórias, num tom realista, do dia-a-dia parisiense, com personagens que criou a partir da sua observação quotidiana, na rua, nos cafés, no autocarro ou no metro, ou mesmo nas notícias que lê nos jornais. Histórias e grupos sociais diversos, a aristocracia dos castelos ("Júnior"), a classe média ("O caso do dia), os artistas ("Sofá-cama"), ou os dramas pessoais de uma mulher grávida que perdeu um filho ("I.I.G."), a aspirante a escritora ("Epílogo")...

Anna Gavalda observa as pessoas e disseca as suas vidas. Num tom ligeiro, directo e por vezes corrosivo ela apresenta-nos uma obra cheia de realismo, onde os heróis vêem o seu quotidiano resvalar inexoravelmente."

Já tinha ouvido falar bastante bem desta escritora quando este livrinho me veio ter às mãos através de um sorteio no fórum português do Bookcrossing.

Estas doze pequenas histórias foram a minha companhia nas pequenas fugas que fui fazendo à praia nos últimos dias. Sendo pequenas crónicas, novelas ou histórias, como lhes queiram chamar, não requeriam grande concentração e foram a leitura ideial para esses momentos de ócio.

Algumas destas histórias arrancaram-me sorrisos, outras são verdadeiramente mordazes e algumas até duras e cruas, mas todas elas me agradaram à sua maneira, pela forma como estão escritas (e traduzidas). Não são simplesmente histórias de homens e mulheres, são histórias de pessoas, do seu interior e do seu quotidiano.

Por ser uma escrita urbana, realista e crua, fez-me recordar alguns blogs que se debruçam também sobre a observação do dia-a-dia. Nota-se que a autora é uma excelente observadora e muito criativa na construção de universos interiores. Ela própria diz:

"Cruzo-me com as pessoas. Observo-as. Pergunto-lhes a que horas se levantam de manhã, como é que vivem e qual é a sua sobremesa preferida, por exemplo. Depois, penso nela. Penso nelas o tempo todo. Revejo a sua face, as suas mãos e até a cor das meias. Penso nelas durante horas, anos mesmo e depois, um dia, escrevo sobre elas."

Foi uma boa descoberta que me proporcionou umas agradáveis horas de leitura.

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