Do Fundo do Coração, Mary Higgins Clark

Editora: Bertrand
Páginas: 312
Categoria: Thriller

"Poderá o coração de um dador passar os seus segredos à pessoa que o recebe?

No intervalo de alguns anos, Jamie e Natalie, duas talentosas actrizes e melhores amigas, são assassinadas em circunstâncias misteriosas.

O caso é perfeito para Emily Wallace, uma bonita procuradora de trinta e dois anos, que nem suspeita de que também a sua vida corre perigo. E aquele coração que lhe salvou a vida… Esconderá ele segredos que agora partilha consigo?

O livro mais inquietante da Rainha do Suspense, que sonda os mistérios do coração e da mente."

Mary Higgins Clark é talvez a autora de mistérios/thrillers que comecei a ler mais cedo, graças a alguns livros condensados das SRD que havia em casa dos meus pais e conquistou-me logo na primeira história... Ainda sei qual foi: "Onde Estão as Crianças?" Lembro-me de ficar empolgada e ansiosa por chegar ao final e descobrir o que afinal acontecera... Mesmo agora, só ao escrever sobre isso, sou capaz de me lembrar perfeitamente dessa sensação da descoberta dos mistérios cheios de suspense desta autora.

A essa história, seguiram-se muitas outras, todas mais ou menos com o mesmo impacto, mas já há bastante tempo que não me aventurava noutro livro da autora. Este chegou cá a casa na hora certa, emprestado por um amigo (obrigada!), e apanhou-me nesta vaga (ou febre) por livros do género. Resultado, um bocadinho de uma tarde e uma noitada e ficou lido. É esse o efeito dos livros desta autora sobre mim, custa-me mesmo muito largá-los antes de chegar ao final.

No entanto, acho esta sinopse muito enganadora e até mesmo reveladora. O suspense e o impacto de certos pormenores talvez fossem maiores se a sinopse não fosse tão reveladora nem se centrasse num aspecto que afinal está apenas subjacente à história e que só é revelado, em concreto, no final.

Através da sinopse, parece que tudo está claro desde o início e que se centra na história de um transplante... desenganem-se. Trata-se da história de um julgamento e dos seus diversos intervenientes, entre acusação, defesa, arguido, familiares e amigos da vítima... Um leque de personagens centrais pelas quais é muito fácil sentir empatia, de tal forma que a questão é se o arguido será mesmo culpado ou não. Ou seja, a acção centra-se no tribunal e na vida das personagens centrais na altura que rodeia o julgamento. Depois, há algumas surpresas, mas não de todo inesperadas... Algo que já estava à espreita e que a autora foi deixando transparecer ao longo da história.

Sem querer revelar mais, é um bom livro, que me proporcionou novamente uma leitura compulsiva, mesmo não concordando que seja o livro mais inquietante desta autora. Mary Higgins Clark tem muitos mais livros editados, uns tão bons como este e outros ainda melhores, sendo sempre uma autora imprescindível para os fãs do género.