A Princesa Guerreira, Barbara Erskine

27 maio 2011

Editora: Planeta
Páginas: 680
Categoria: Romance

"No limiar entre o sonho e a vigília, a loucura e a clarividência, duas mulheres separadas por dois mil anos de História partilham o mesmo segredo, nas encruzilhadas e labirintos de uma perseguição milenar.
Jess, professora em Londres, é vítima de um ataque de que não consegue recordar-se. Tudo indica que o agressor é um homem que a conhece bem. Assombrada pelo medo e pela suspeita, Jess refugia-se na casa isolada da irmã, na fronteira do País de Gales. O silêncio que procura é, porém, interrompido pelo choro de uma misteriosa criança.
A casa, a floresta que a cerca e o vale mais abaixo transportam ecos de uma grande batalha, travada dois mil anos antes. Ali caiu Caratacus, liderando a resistência das tribos da Britânia aos invasores romanos. O rei foi capturado e levado para Roma como prisioneiro, juntamente com a mulher e com a filha, a princesa Eigon.
Sentindo-se impelida a investigar a história de Eigon, Jess segue os seus passos até à Roma de Cláudio e de Nero, onde a princesa assistiu ao grande incêndio, presenciou a perseguição movida aos cristãos e privou com o apóstolo Pedro. Aqui, talvez o mistério da extraordinária vida de Eigon se desvende, ou Jess se abandone progressivamente à sua obsessão, arriscando uma proximidade crescente com o seu agressor."

Este livro atraiu-me assim que foi anunciada a sua publicação. Gostei da sinopse, da capa e da perspectiva de conhecer uma nova autora. Depois, andei hesistante em adquiri-lo, porque em alguns sites estava classificado como fantasia e a fantasia não é um dos meus géneros de eleição. Relendo mais uma vez a sinopse, ganhei coragem, comprei-o e pouco tempo esperou na estante até eu lhe pegar.

Gostei da história, mas não me encheu as medidas, muito devido ao facto de sentir várias vezes que o desenrolar da história do presente (de Jess) estava a ser esticado ao máximo, sem necessidade e muitas vezes sem lógica. Dei por mim muitas vezes com vontade de saltar os capítulos sobre Jess para passar à história de Eigon, muito mais interessante e envolvente. Quando se regressava ao presente, a sensação era de sair de um espaço mágico e aconchegante para uma história que já cansava e que podia ter sido resolvida em dois ou três capítulos.

Faltou, assim, um pouco de fluidez ao entrelaçar das duas histórias e o final foi um pouco estranho, com o aparecimento repentino de determinadas personagens cuja única função era mesmo pôr um fim à história. A sensação que fica é que a autora até se podia alongar mais, mas a certa altura arranjou umas personagens estratégicas para que finalmente chegassemos ao desenlace final, um desenlace que deixou um bocadinho a desejar.

Outra coisa que me incomodou um bocadinho foi o uso do adjectivo "funesto" desde a capa até ao final do livro sempre que era necessário classificar algo como triste, sombrio ou negativo. Isto levou a alguma confusão em certas situações. Começando pela frase na capa, a vida de Eigon não foi funesta, na minha opinião, foi triste, trágica, mas negativa não foi. Esta palavrinha "funesto/a" chegou ao ponto de me irritar, tal é a frequência com que vai sendo usada ao longo da história, podendo ser substituída por outros adjectivos que se adequariam mais ao contexto.

Apesar de tudo o que já mencionei, são cerca de 700 páginas que se lêem bem. Uma boa leitura até para quem aprecia romance com uma pitada de aventura e mistério. Pessoalmente, acho que se o livro fosse mais pequeno e se centrasse mais em Eigon, teria a ganhar, mas mesmo assim foram umas boas horas de leitura, que me deixaram com alguma curiosidade em relação a outras obras da autora.

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