Páginas: 432
Categoria: Policial
"Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam."
Fiquei muito entusiasmada com o primeiro livro de Camilla Läckberg e andava ansiosa por poder voltar a pegar numa obra dela. Fui adiando, porque sei que quando leio duas obras do mesmo autor muito seguidas, a segunda sabe-me a pouco. E foi o que aconteceu… Parece que não intervalei o suficiente as duas leituras para ter bastante distanciamento de “A Princesa de Gelo” de forma a fazer uma leitura menos comparativa deste “Gritos do Passado”.
Ou seja, o mais certo é que se lesse “Gritos do Passado” daqui a mais uns meses, teria delirado novamente, mas como ainda estava muito fresca a memória do impacto de “A Princesa de Gelo”, achei que esta segunda obra soube a pouco, apesar de continuar a achar que os policiais de Camilla Läckberg são excelentes.
No entanto, neste livro, onde reencontramos Patrick e Erica e mais algumas personagens secundárias, não senti tantas dúvidas e tanto mistério assim a envolver os homicídios. Os motivos eram dúbios, as personagens mais que muitas, mas suspeitos credíveis, na minha opinião, só havia dois e um deles era mesmo o culpado (não vou dizer quem, claro.) A dúvida estaria no motivo, mas mesmo assim, as reviravoltas não foram assim tão grandes e surpreendentes.
Acho que o facto de andar a saltar entre membros da família Hult e de haver tantas personagens a pulular aqui e ali, me fez dispersar um pouco mais na atenção ao fio condutor da história. Senti a falta do lento desenrolar no novelo do mistério do primeiro livro. Senti a falta dos indícios surgirem pouco a pouco, atraindo-nos mais ainda para a história. Senti a falta dos suspeitos inesperados e das reviravoltas e surpresas.
Se por um lado, neste livro há imensas personagens que acabaram por me fazer desconcentrar algumas vezes, por outro lado, gostei do facto de ficarmos a conhecer melhor algumas personagens centrais, como os colegas de Patrick, e diverti-me imenso com a Erica, a sua barrigona e a interacção com as visitas inoportunas. De novo, há personagens pelas quais criamos uma antipatia imediata e personagens que cada vez mais conquistam a nossa simpatia e nos fazem até rir.
No geral, mais um bom policial desta autora, bem escrito, que prende, mas que, para mim, ficou uns pontinhos abaixo de “Princesa de Gelo” no desenrolar da história. Na estante, já me espera o “Teia de Cinzas”, mas acho que esperará até dias mais frios, em que o ambiente exterior me ajude a ir mais facilmente até Fjällbacka.
1 comentários:
É verdade que este livro tem menos surpresas que o anterior, mas que não deixa de ser bom. Tenho uma grande empatia com os personagens principais. Também me tenho divirtido com Erica neste livro, embora esta não tenha um grande protagonismo! Também só vou ler Cinzas no Inverno, de modo a que me sinta mais envolvido ao ambiente frio de Fjällbacka, por isto ainda não o comprei. ;o)
Bom domingo!
Beijinhos
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