Um Dia Naquele Inverno, Sveva Casati Modignani

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Numa grande mansão, às portas de Milão, vivem os Cantoni, proprietários há três gerações da homónima e prestigiada fábrica de torneiras.
Aparentemente, todos os membros da família levam uma vida transparente, mas, na realidade, todos eles escondem segredos que os marcaram; existem situações que, ainda que conhecidas por todos, permanecem um tema tabu. Omite-se até a loucura de que sofre Bianca, a matriarca desta dinastia.
Um dia, entra em cena Léonie Tardivaux, uma jovem francesa sem dinheiro e sem parentes, que casa com Guido Cantoni, o único neto de Bianca. Léonie adapta-se bastante bem à rotina familiar, compreendendo a regra de silêncio dos Cantoni. Isso não a impede de ser uma esposa exemplar, uma mãe atenta e uma gerente talentosa, que, com bastante êxito, conduz a firma pelo mar hostil da recessão económica. No entanto, também ela cultiva o seu segredo, aquele que todos os anos, durante apenas um dia, a leva a largar tudo e a refugiar-se no Lago de Como.

Mais uma vez, esta autora presenteou-nos com uma saga familiar, tendo personagens femininas fortes, complexas e singulares, mas também personagens masculinas cativantes e pelas quais sentimos empatia. É uma história familiar riquíssima e intrincada que vamos desvendando aos poucos, juntado as peças do enigma que a autora nos apresenta faseada e habilmente, muito à sua maneira, até ficarmos com o historial familiar completo.

Os livros de Sveva são para mim um bálsamo nas alturas mais atribuladas e a escrita dela transmite uma imensa serenidade e paz, fazendo com que me deixe embalar numa leitura compulsiva. Foi o caso deste livro, que não consegui largar até terminar e que está, para mim, entre os melhores que já li de Sveva Casati Modignani. 

Esta é daquelas autoras que aconselho mesmo para esta altura, com a chuva a cair lá fora, aconchegada numa manta quentinha... Histórias serenas e reconfortantes para os dias frios de inverno.