Dedicado à filha que nunca teve, Carta À Minha Filha mostra o percurso de Maya Angelou até alcançar uma vida boa e com sentido. Escrito no seu estilo inimitável, este livro está acima de qualquer género ou categoria: é ao mesmo tempo um livro de pequenas histórias, um livro de memórias, mas também um livro de poesia - e é um prazer absoluto.A sinopse diz tudo, ou quase tudo, sobre este pequeno livrinho que me proporcionou algumas horas de uma leitura serena e tranquila, embalada pela voz da autora, como se Maya Angelou estivesse mesmo ali, a falar-me da sua vida e das pequenas grandes lições que foi aprendendo ao longo de vários episódios e que quer partilhar com todas as suas "filhas".
Em pequenos e fascinantes textos, Maya Angelou permite-nos vislumbrar alguns aspectos da vida tumultuosa que a levou à posição cimeira que ocupa nas letras americanas e lhe ensinou lições de solidariedade e de força: a sua educação por uma avó insubmissa no ambiente de segregação racial do Arkansas, a sua vida a partir dos treze anos com a mãe, uma pessoa muito mais mundana e menos religiosa, até se transformar numa adolescente meio desajeitada, cuja primeira experiência de sexo sem amor a deixou, paradoxalmente, com a sua maior dádiva, um filho.
Maya Angelou escreve do coração para milhões de mulheres que considera fazerem parte da sua família. Como sempre acontece com as suas obras, Carta À Minha Filha é um livro que encanta e ensina. É um livro para estimar, saborear, ler várias vezes e partilhar.
Trata-se não só de uma história de vida, mas também de um pequeno livro de instruções para a vida. Pequenos textos escritos de uma forma intimista e sem floreados, mas com candura e algum humor, que transmitem bem a voz e as vivências da autora e que permanecem muito além da última página...
"A minha alma irá sempre olhar para trás e admirar-se com as montanhas que subi, os rios que atravessei e os desafios que ainda tenho pela frente. Fico mais forte por saber isso. (...)
Sou uma ave enorme que sobrevoa altas montanhas e vales serenos. Sou uma sucessão de ondas num mar de prata. Sou uma pequena folha surgida na Primavera, trémula pelo entusiasmo de saber que vai crescer em toda a sua plenitude. (...)"
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