Continua Desaparecida, Chevy Stevens

25 julho 2013

No dia em que foi raptada, Annie, de 32 anos, tinha três tarefas a cumprir: vender uma casa, esquecer uma discussão feia com a mãe e ir jantar com o namorado…
Intercalada com a história do ano em que foi prisioneira de um psicopata nas montanhas, narrada nas sessões que tem com a sua psiquiatra, surge a história do que se seguiu à sua fuga.
Um livro visceral, chocante e maravilhosamente narrado.
Não é por acaso que este livro foi um dos mais vendidos nos EUA em 2010. É de facto uma história contada magnificamente, fugindo às fórmulas habituais e algo "batidas" e com uma escrita tão boa que mantém o leitor envolto no enredo, mas, sobretudo, nos meandros da mente de Annie, ansiando para que ela desvende cada vez mais o que lhe aconteceu em cativeiro, mas também pós-cativeiro.
Ao longo das páginas, ouvimos em "primeira mão" a voz de Annie nas suas consultas com a psiquiatra, desvendando cada vez mais detalhes da terrível experiência que viveu, mas também do lento (e doloroso) processo do regresso à vida "normal", enquanto se tenta reencontrar... e é aí que o título assume um significado mais profundo, que se torna cada vez mais evidente até ao desenlace final. Achei o final um pouco mais fraquinho que o resto da história, mas sem peso suficiente para afetar a qualidade do resto da obra.
Não é um livro de ritmo rápido nem de leitura compulsiva, é um livro em que somos levados a acompanhar o progresso de Annie ao seu ritmo. É exigida paciência e perseverança ao leitor, mas sem que isso seja um sacrifício e talvez seja isso mesmo que enriquece esta experiência de leitura.
Chevy Stevens criou uma obra singular com o seu quê de mistério e policial, mas, acima de tudo, com uma narrativa forte e bem construída, conquistando em mim mais uma fã que aguarda a chegada de outros livros desta autora ao nosso país.

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