Por falta de disponibilidade, tem sido e continuará a ser-me impossível manter este blogue atualizado...
Entretanto, este cantinho fica...
Mister Gregory, Sveva Casati Modignani
10 fevereiro 2014
Aos oitenta e cinco anos, Gregorio Caccialupi passa em revista uma vida intensa marcada por contrariedades e vitórias. Para trás ficam as recordações de uma infância pobre na Itália dos anos 1930 e uma decisão que mudou para sempre a sua vida - emigrar para a América em busca de um futuro melhor.
Ambicioso e determinado, coleciona sucesso atrás de sucesso e uma série de mulheres procuram conquistar o seu coração - Florencia, o seu primeiro amor, Nostalgia, com quem se casou, e Erminia, a sua derradeira paixão. Com o decorrer do tempo, Gregorio Caccialupi torna-se Mister Gregory, dono de uma importante cadeia de hotéis, um homem rico e influente. Porém, um investimento mal calculado leva-o à ruína. Conformado com a sua vida discreta num lar de idosos, está longe de saber que um encontro inesperado lhe trará uma revelação surpreendente e a possibilidade de retomar as rédeas do seu destino.
Geralmente, recorro aos livros desta autora quando me apetece ler algo mais leve e reconfortante, sem ser demasiado lamechas e foi por isso mesmo que retirei finalmente este livro da estante. A este objetivo acrescia a curiosidade de este ser o primeiro livro em que Sveva tem como protagonista um homem.
Mas, apesar de ter cumprido o objetivo de me permitir umas horas de leitura ligeira, esta obra ficou aquém das expetativas e, na minha opinião, muito aquém de outras obras da autora. Apesar de ter gostado de Gregorio, achei que faltou alguma consistência e substância à história, sobretudo ao final, que me pareceu mesmo sensaborão.
Para as fãs da autora, será um livro a ler, mas sem grandes expectativas. Para quem não conhece a autora, não será um bom ponto de partida. Para mim, serviu como "desbloqueador de leituras", mas nada mais.
A Cor do Céu, Julianne MacLean
09 fevereiro 2014
Com um fio narrativo que conduz de surpresa em surpresa, este relato de uma experiência de quase-morte vai deixá-lo sem respiração. Sophie Duncan é uma colunista bem sucedida cujo mundo se desmorona depois da doença inesperada da filha e do chocante caso amoroso do seu marido. Como se não bastasse, tem um despiste de automóvel numa estrada coberta de gelo que a projeta para o interior de um lago gelado. Sophie experiencia então, nas águas frias e profundas do lago, algo de extraordinário, que desvenda os segredos do seu passado e que lhe ensina o verdadeiro significado de estar viva. Uma história de amor e uma jornada de auto-descoberta e redenção.
Muito bem recomendado, este livro veio parar à minha pilha de leitura via empréstimo e foi uma grata surpresa. Pela sinopse, não seria um livro em que eu habitualmente pegaria, mas foi-me tão bem recomendado que não resisti a aventurar-me por outro tipo de leituras.
As horas que passei na companhia deste livro foram realmente bem aproveitadas, pois está muito bem escrito. É uma história tão bem contada e de forma tão realista, que me deixou na dúvida se teria mesmo acontecido e fiquei curiosa ao ponto de pesquisar a autora e a personagem central.
É uma história que se lê bastante depressa, com uma mensagem de otimismo, um livro que mostra a luz ao fundo do túnel e retrata os caminhos insondáveis da vida e do amor.
Apesar de ter gostado mais do início do que da parte final, foram umas boas horas de leitura e uma boa incursão nos romances. Recomendo a quem quiser variar das autoras românticas com fórmulas mais que batidas (e lamechas) que pululam nas nossas livrarias...
A Conspiração do Silêncio, David Baldacci
08 fevereiro 2014
Evan Waller é um criminoso sem escrúpulos. Às ordens de Estaline, esteve envolvido na tragédia de Holodomor, que custou a vida a quase 10 milhões de ucranianos. Mais tarde, fugiu do seu país, e, sob nova identidade, construiu um império graças à sua arte em comprar e vender qualquer coisa e qualquer pessoa. Agora, Waller aumenta a parada e coloca em risco milhões de vidas por todo o mundo ao negociar armas nucleares com terroristas islâmicos.David Baldacci foi provavelmente a minha grande descoberta literária de 2013. Depois de ter lido Numa Fracção de Segundo e O Jogo da Verdade, já sabia mais ou menos o que me esperava neste livro, até porque este é o segundo da série Shaw, onde reencontramos Shaw após os acontecimentos de O Jogo da Verdade, havendo algumas referências aos acontecimentos e personagens do livro anterior.
Infelizmente, tinha muito pouca disponibilidade para a leitura quando peguei neste livro, sendo obrigada a espaçar bastante os momentos de leitura. Penso que isso terá afetado a minha perceção deste livro, mas mesmo assim tenho de reconhecer que Baldacci é um mestre do thriller, conseguindo surpreender e prender até final. Mais uma vez o tema é atual, a ação rápida e o enredo intrigante. E, como noutros livros, Baldacci põe-nos facilmente a torcer pelas personagens centrais e, nesta obra, a protagonista está à altura do misterioso Shaw, enriquecendo ainda mais a intriga com uma história de vida e uma "carreira" impressionante.
Apesar de ter ficado com a sensação de que não desfrutei quanto podia desta leitura, sem dúvida que voltarei às obras de Baldacci. Se apreciam um bom filme de ação/suspense, apreciarão ainda mais as obras deste autor.
A Sombra da Sereia, Camilla Läckberg
16 janeiro 2014
Um homem desaparece misteriosamente em Fjällbacka e, apesar de todos os esforços de Patrik Hedstrom e dos seus colegas da Polícia, ninguém sabe se está vivo ou morto.
Meses mais tarde, é encontrado no gelo com sinais de ter sido assassinado. O caso complica-se quando Christian Thydell, um amigo da vítima, começa a receber ameaças anónimas. Christian, cujo primeiro romance, A Sereia, acaba de ser publicado com grande sucesso, não aguenta a pressão e mostra as cartas anónimas a Erica Falk, que o tinha ajudado a rever o manuscrito. Erica entrega-as ao marido. Suspeitava há muito da existência de uma sombra ameaçadora na vida de Christian e está preocupada com o que possa vir a acontecer-lhe. Alguém tem um profundo ódio por ele, alguém aparentemente perturbado e instável que não hesitará em concretizar as suas ameaças. Apesar de estar no final de uma gravidez de gémeos, Erica procura encontrar respostas para as suas inquietações e essas respostas remetem para o passado e para uma história terrível.
Logo de rajada, dirijo-me à D. Quixote e peço MAISSSSSS! Quero o próximo, quero todos desta autora. Não é novidade nenhuma que sou fã desta autora desde que li o primeiro desta série e, a cada livro terminado, fico sempre a aguardar ansiosamente o seguinte, mas este... é tortura não ter surgido ainda o volume seguinte cá em Portugal.
Camilla Läckberg foi para mim a melhor descoberta literária dos últimos anos e os livros dela dão sempre um novo fôlego às minhas leituras. Se já tinha gostado muito de Os Diários Secretos, este superou as expetativas e aquele final, meu Deus, aquele final... Convenhamos que é impróprio para cardíacos e para os fãs daquelas personagens que, ao sexto livro, já são quase reais e não apenas parte do imaginário literário.
O desenrolar da história deixa adivinhar algo ominoso, muito subliminar, em pequenos detalhes, mas está lá a sensação de que algo não bate certo, algo estranho se passa. E é com mestria, mais uma vez, que a autora nos conduz nesse sentido, sem nos apercebermos, até ao impacto final.
Foi mais uma vez ótimo rever Erica, Patrik e, pasmem-se, até o Mellberg. Mellberg foi das personagens literárias que mais me irritou e fiquei-lhe com um "pó" no primeiro livro que nunca achei possível simpatizar com o homem, mas tem tido uma evolução muito engraçada ao longo desta série e, mantendo as suas peculariedades, acaba também por cativar.
Em vez de perder o fôlego, Läckberg tem antes apurado a "receita" desde o primeiro livro e é das poucas autoras atuais que me faz apetecer prolongar a leitura dos seus livros, para saborear cada pedacinho e não ter de me despedir muito depressa das personagens. Ao 6.º livro de uma série, há que dar mesmo crédito a Camilla Läckberg,
pois continua a conseguir conciliar personagens sólidas e interessantes
com histórias intrigantes e uma escrita consistente, mantendo o leitor
cativo, à espera do volume seguinte (sim, para quando?)... Uma autora para ler, reler e (a)guardar.
Morte na Aldeia, Caroline Graham
14 janeiro 2014
Badger’s Drift é a típica aldeia inglesa onde todos se conhecem e, aparentemente, nada acontece. Tem um vigário, um médico desastrado, umas quantas figuras excêntricas e uma solteirona amorosa, famosa pelas suas bolachas caseiras. Mas quando a velhinha morre subitamente, a sua melhor amiga não se conforma. Ela sabe que aquela morte não foi natural. O inspector-chefe Barnaby e o incansável sargento Troy não têm alternativa senão investigar. E o lado sombrio da pitoresca aldeia começa lentamente a ser revelado. Perante velhos ressentimentos e novas rivalidades, ódios intensos e paixões dissimuladas, Barnaby está cada vez mais alarmado. Infelizmente, um segundo e hediondo crime vai confirmar as suas piores suspeitas.Quando este primeiro título da coleção Crime à Hora do Chá saiu, ficou-me logo debaixo de olho e o facto desta autora ser associada a Agatha Christie ainda aguçou mais a minha curiosidade.
Antes de mais, tenho de admitir que não vi nenhum episódio da série inspirada nos livros de Caroline Graham, "Midsomer Murders", por isso, pode dizer-se que parti mesmo "às cegas" para a leitura.
É um policial levezinho, com um cenário e personagens que remetem, de facto, para os livros de Agatha Christie, mas que se sustentam por si só. O enredo não é inovador, mas a escrita é bastante boa e prende até final. No fim, fiquei com vontade de ver a série.
Não sendo um livro absolutamente genial, é um bom mistério ideal para um dia de chuva, com uma boa mantinha e um chazinho a acompanhar.
Ainda 2013...
É verdade que comecei o ano de 2013 com imensa vontade de marcar presença mais assídua por aqui, mas a partir do meio do ano a "coisa" descarrilou em termos de leituras e tempo para dedicar a este cantinho. Desde julho que o blogue está mais ou menos votado ao abandono, se bem que de vez em quando tenho cá vindo limpar o pó e sacudir os tapetes.
Ao longo desta semana conto ir publicando mini-opiniões relativas às leituras que fiz em 2013 e que ainda não referi por cá. Não foram muitas... O trabalho (felizmente) tem sido muito, mas isso ressente-se no tempo para dedicar ao lazer e 2013 foi mesmo dos anos mais recentes em que li menos e, pior ainda, em que desfrutei menos das leituras que fiz.
Não vou fazer promessas nem projeções para 2014... Desejo apenas que seja um ano de boas leituras, ao ritmo que a vida permitir.
Até já...
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